DIA DE SANTIAGO E DA MÃE GALIZA
Por isso é dia de recordarmos uma poetisa que tanto nos diz a nós portugueses
San Antonio bendito,
dádeme um home,
anque me mate
anque me esfole.
Meu santo San Antonio,
daime um homiño,
anque o tamaño teña
dun gran de millo.
Daimo, meu santo,
anque os pés teña coxos,
mancos os brazos.
Uma mller sin home...,
ί santo bendito!,
é corpiño sin alma,
festa sin trigo,
pau viradoiro
que onda queira que vaia
troncho que troncho.
Mais, em tendo um homiño,
ίVirxe do Carme!,
non hai mundo que chegue
pra um folgarse.
Que, zambo ou trenco,
sempre é bo ter un home
para um remédio.
Eu sei dum que cobisa
causa miralo,
lanzaliño de corpo,
roxo e encarnado,
caniñas de manteiga,
e palavras tan doces
qual mentireiras.
Por el peno de día,
de noite peno,
pensando nos seus ollos
color de ceo;
mais el, xá doito,
de amoriños entende,
de casar pouco.
Facé, meu Sant Antonio,
que onda min veña
para casar conmigo,
nena solteir
que levo en dote
uma culler de ferro,
carro de boxe,
un irmanciño novo
que xá tem dentes,
unha vaquiña vella
que non dá leite...
Ai, meu santiño!:
face que tal suceda
cal volo pido.
San Antonio bendito,
dádeme um home,
anque me mate,
aunque me esfole,
que, zambo ou trenco,
sempre é bo ter un home
para um remédio.
Rosalia de Castro
2 Comentários:
Interpretaste bem o silêncio...
beijo
Pelos vistos entraste no clube de Fans das minas poetices. O que lá está escrito sobre o silêncio dos outros é fruto de uma abordagem que faço sobre alguns. E embora não seja muito curiosa tento estabelecer uma causalidade com as as atitudes e na maior parte das vezes erro. beijinho
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