terça-feira, 10 de julho de 2012


Nesta casa,
volto à infância
no calor das tardes,
no amodorrar da sesta,
no zumbido das vespas
que pareciam contar histórias sem fim
no seu voo sussurrante junto das minhas janelas,
no ladrar dos cães, meus guardiães e cúmplices de aventuras,
no bater das horas no sino da capela

nas noites das desfolhadas e das espadelas, entre risos e cantares…

Ah, como eu recordo feliz o Douro da minha infância,

Mas este meu Douro agora é mais doiro
não porporque os anos passaram,
mas porque agora me extasio menos com as pessoas
mas mais com a Natureza.
Sinto-me plena nesta extensão
que promete não ter fim,
onde o silêncio se confunde com o calor
ou vice-versa,
e as cores se reflectem em mim
vestindo-me da cor da paz
algo entre o vermelho e o castanho
que se confunde com o verde da terra e o dourado do sol.


Aqui percebi que existe Deus
porque só um ser especial

nunca um pintor
poderia ser o autor de uma tela
onde sem aparecermos
Nós e todo o mundo estamos lá.
GM

4 Comentários:

Às 14 de julho de 2012 às 20:43 , Blogger GP disse...

Vejo que os dias de férias souberam mesmo bem.

beijo

 
Às 15 de julho de 2012 às 00:00 , Blogger Gaivota Maria disse...

O Douro é sempre uma surpresa pormuito bem que pensemos conhecê-lo. Do que foram poucos dias e tudo muito condensado tipo excursão Riquíissimos de informação
mass um pouco 100 à hora.E eu gosto de ir, ficar e pasmar. beijo
Mas é uma segunda casa para mim a desta minha amiga.

 
Às 15 de julho de 2012 às 17:33 , Anonymous Anónimo disse...

Então traiste o teu Matosinhos? Ou foi apenas uma figura literária?
Estás uma poeta de primeira água.
Gostei,continua.Eu ando num remansso-num tempo contínuo.

Sobre ti um voar lento

G,MIMI

 
Às 15 de julho de 2012 às 21:47 , Blogger Gaivota Maria disse...

Não traí Matosinhos certamente. um lugar não substitui o outro. Apenas aproveitei no Douro as boas recordações do tempo em que ia para a terra da minha mãe (no Baixo douro) mesmo quando elas estiveram igadas a uma situação de doença- O Alto Douro é o espaço onde respiro mais profundamente. E aquelas montanhas levam-me a sentir próxima do céu.

Tenho saudades de receber poemas teus. beijo

 

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