NATAL III
Na tal habitação volto a falar-te
Na tal que já eu-próprio não conheço
Na tal que mais que tálamo era berço
Na tal em que de noite nunca é tarde
Na tal de que por fim ninguém se evade
Na tal a que sei bem que não regresso
Na tal que umbilical cabe num verso
Na tal sem universo que a iguale
Na tal habitação te vou falando
Na tal como quem joga às escondidas
Na tal a ver se tu me dizes qual
Na tal de que eu herdei só este canto
Na tal que para sempre está perdida
Na tal em que o natal era Natal
David Mourão-Ferreira
Na tal que já eu-próprio não conheço
Na tal que mais que tálamo era berço
Na tal em que de noite nunca é tarde
Na tal de que por fim ninguém se evade
Na tal a que sei bem que não regresso
Na tal que umbilical cabe num verso
Na tal sem universo que a iguale
Na tal habitação te vou falando
Na tal como quem joga às escondidas
Na tal a ver se tu me dizes qual
Na tal de que eu herdei só este canto
Na tal que para sempre está perdida
Na tal em que o natal era Natal
David Mourão-Ferreira
2 Comentários:
Que giro! Há mesmo concidências. Depois de pores este poema aqui, foste ouvi-lo no jantar. Achei engradaíssimo.
beijinho
Quem resiste ao David Mourão Ferreira? Mas olha que arranjar uma poesia sobre Natal com qualidade é difícil. Se bem que tenhamos sempre o Torga para procurar. Bom domingo. Um beijo
PS - os teus netos ainda não rabiscaram o gesso?
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