MANIA
Tenho a estranha mania
De interpretar silêncios.
Esquisito, sem dúvida,
Este entretém de dar sentido
Ao que não se vê,
Não se sente
E só sabemos que existe
Quando se não ouve.
Não me debruço sobre os meus,
Porque sei o que escondem,
Mas sobre os dos outros.
Sempre que sinto um
À minha volta
Crio um argumento sobre ele,
Devaneio sobre o seu teor
E não descanso
Enquanto não o entendo.
Porém,
Se consigo descobrir
Ou me informam
Da verdadeira razão
Que levou a tal mutismo
Espanto-me sempre
Porque, apesar do esforço feito,
Raramente, para não dizer o nunca,
O real coincide com o meu guião
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