sexta-feira, 27 de julho de 2018


VEM, AMOR

Vem! Mas vem calado.
Não faças barulho
Nem muito vento.
Já basta o que se ouve lá fora
E que para mim é um tormento
Porque não me deixa dormir
Com o seu contínuo lamento
E assobio prolongado.
Por isso peço que venhas, mas calado.
Deita-te bem devagarinho
Escorrega pelos lençóis
E encosta-te a mim.
Sabe bem ter-te assim a meu lado
Enchendo o espaço que estava vazio   
Com o teu corpo como meu amparo.
Esta noite se cair é nos teus braços.
E quando o Sol acordar vai-se espantar
Por nos ver dormir tão enrolados
Que parecemos um só.
É que ele não sabe que para nós os dois
Nunca há tempos vagos nem espaços esgotados.

GM

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