domingo, 7 de setembro de 2008

EU, PROFESSOR

Regresso do passado
no exame diário do meu presente…
E eu,
que dizem agente de futuros imprevisíveis,
sinto-me moldada numa imagem irreal
por quem julga que o meu tempo é indistinto
entre o viver e o realizar-me num dever imposto.
Sou fruto do que ficou para trás,
de gerações que não conheci, nem senti
e cuja herança transformo, em cada dia,
no muito, pouco ou nada
de tudo quanto dou e que recebo.
São meus os pensamentos e o querer
que florescem livres, sem medos nem limites
a cada estação que passa…
E sou feliz,
mesmo quando mal me querem,
porque bem me quero
no espaço que escolhi.
IM

QUE TODOS SE POSSAM SENTIR BEM ESTE ANO

6 Comentários:

Às 8 de setembro de 2008 às 00:00 , Anonymous Anónimo disse...

possa, que ce paça con esta gaivota.paçousse da cavesa

o gabion gustou

 
Às 8 de setembro de 2008 às 10:30 , Blogger Gaivota Maria disse...

Prezado gabión

A gaivota paira pelos céus, vem comer a terra e ouve e vê muitas coisas. E não tem gostado nada do que tem observado sobre o que neste país, mais concretamente com este governo (assino o que digo e posso identificar-me com o nº do BI) se passa no aspecto da educação. A gaivota tem visto a indecisão e a dúvida estampada na cara das netas que chegam quase até aos exames sem saberem como as coisas se vão passar não por falta de estudo, mas porque ninguém sabe. Nem a Ministra. A gaivota tem visto o cansaço estampado no rosto dos antigos colegas que têm que ter tempo para fazer ortografias burocráticas e NUNCA para prepararem convenientemente as aulas e estabelecerem uma relação afectiva com os alunos. A gaivota tem uma familiar que com médias altíssimas, que permitiriam uma bolsa desafogante para a família a perdeu à última hora porque os meninos que se batiam para ir para Medicina para Espanha - lá é que era bom! - mas como este ano não entraram, acharam, num repente, que Medicina e Gestão eram a mesma coisa e mudaram-se para lá com as médias sacadas dos colégios particulares onde tinham andado e que todos sabemos que são sempre altamente sobrevalorizadas. Que interessa a vocação hoje? Se é para ganhar dinheiro passa-se por cima dela. Com essa atitude golpista prejudicaram muita gente não só da ajuda das bolsas, mas reduzindo o número de entradas para quem sempre se preparou para isso. À gaivota foi solicitada uma ajuda de uma sua conhecida, que tem uma profissão certa e "segura" e é muita boa no que faz, só não tem grau académico mas um honrado grau profissional, para que lhe cedesse duas ou 3 folhas de um texto seu para ela apresentar como trabalho próprio num pseudo currículo (?) de fim de curso para aquilo a que o senhor que ainda não sabemos se é ou não Engenheiro, chamou "Novas Oportunidades". Agora só falta mesmo ficarmos à espera de conhecer o título que ele vai criar para designar esses novos formados no dito processo abreviado cuja latitude e longitude deve caber numa carteira de fósforos, porque em caixa perdia-se. Ah! E saber onde os vai colocar a todos! Sim porque deve haver mais oportunistas que oportunidades.
POR TUDO ISTO E MUITO MAIS, É QUE A GAIVOTA PERDEU A CABEÇA ( OU FINALMENTE A ENCONTROU)

 
Às 8 de setembro de 2008 às 16:32 , Blogger GP disse...

Boa, gaivota! Estou contigo. Aqui,
http://destramar.blogspot.com/2008/07/novas-oportunidades.html, já deixei a minha opinião. As Novas Oportunidades são um embuste e o parvo do povo não quer ver.

Bjs

 
Às 8 de setembro de 2008 às 19:32 , Anonymous Anónimo disse...

Hoje não te encontrei
junto ao mar
Voas para onde?
Procuro-te
No azul do mar
No doce bater das ondas na areia
Eu sei
O sol morno convida à preguiça
Ao isolamento
Mas procuro-te
Quero sentir o teu bater de asas
Quero sentir teus voos rasantes
provocando-me
Procuro-te
Para sonharmos juntas
E nossas asas
se confundirem
com o azul do céu
E no vermelho do pôr-do-sol
afogarmos nossos afectos
Sem descanso
Procuro-te

G.MIMI

 
Às 8 de setembro de 2008 às 22:09 , Blogger Gaivota Maria disse...

Não me podes encontrar
quando eu me perco
nas coisas mínimas
que me ocupam espaço
que nada me oferece de novo.
Não me podes encontrar
quando o eixo do mundo gira
num movimento contrário
àquele que seria o certo
àquele que nós merecemos
e que a pandilha
arvorada em nossos governantes
nos saca para justificar obra
que ninguém sente
mas dizem que existe.
Tudo é possivel no mundo virtual
dos computadores "Magalhães".
Não me podes encontrar
quando o meu cansaço
não é o do bater das asas
depois do voo
mas antes o de me sentir
inanimada perante um espectáculo
a cheirar a rodeo americano
em que ganham
os que se aguentam de pé
mas que para receberem o prémio
têm de dobrar a espinha
Para disfarçarem
os ziguezagues
em que a vida deles se transformou.
( e a nossa com a deles)

Um beijo para ti. Desculpa o tom. Mas hoje vi coisas que me puseram uma fúria e que mais do que a nós vai prejudicar os que nos sucedem.

 
Às 8 de setembro de 2008 às 22:15 , Blogger Gaivota Maria disse...

Com esta raiva esqueci-me de te dizer que a tua poesia foi um lenitivo para mim. Sinto saudades dos poentes, vistos em paz. Sinto saudades das nossas conversas e até das nossas discussões. Mas entre a minha anca e o que se tem passado neste país e à minha volta, eu não consigo discernir. Outro beijo

 

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