REFLEXÕES DO FIM DE SEMANA DE UMA ENCLAUSURADA
A primeira reflexão tem a ver com a visita do nosso Presidente da República à Áustria. Fiquei comovidíssima, não só porque é um país que me atrai (e onde não pude ir ainda porque quando a reservo passagem me surge sempre algum impedimento), mas sobretudo porque essa visita foi marcada por uma recepção a muitos austríacos que, crianças ainda, no final da II Grande Guerra, a Caritas trouxe para junto de nós para que assim pudessem sobreviver à penúria que o país então sofria devido à invasão alemã. Toda a minha geração se lembra daquelas crianças de grandes olhos azuis assustados que passaram a viver connosco, a falar a nossa língua (e que bem que alguns ainda a falam!) e a partilhar as nossas escolas e brincadeiras. Alguns acabaram por cá ficar. As imagens da recepção a esta gente, hoje já bem madura, fizeram-me saudades e verti algumas lágrimas por amigos que se foram e de que perdi o rasto.
Sábado o país acordou com um PS pretensamente renovado. E de que maneira. Alguém ainda nos há-de explicar o sorriso do porta-voz que anunciou o acordo (???) obtido na aprovação das listas que denominam refrescadas com novas caras e diferentes maneiras de pensar e actuar. Isso cheira-me a mais uma pincelada para ocultar a saída dos “Alegres” e outros históricos. Em terra de homens do mar, como esta nossa, diz-se porém que aos primeiros sinais de naufrágio os ratos são os primeiros a abandonar o barco. Para completar o quadro temos a entrada em 3º lugar para Lisboa da actriz-cineasta Inês de Medeiros. Estou hesitante entre tomar esta atitude como uma versão de um “ Job for de the girl” que foi mandatária do Prof. Vital Moreira nas últimas eleições para o PE (o resultado viu-se!) ou como uma forma de nosso actual PM, o tal que disse que ainda está para nascer um Primeiro Ministro como ele para enfrentar o défice, conseguir quem lhe produza de borla (que nós pagamos) um filme que retrate a verdadeira história da sua actuação nesse sentido. De certeza que seria obra bem mais fantasmagórica do que qualquer uma das do Harry Potter.
A 3ª e última reflexão vai dirigida ao nosso nortenho Ministro da Cultura. Ó Zé, sempre foste um rapaz de ideias avançadas e muito valor. Contudo não te perdoo a assinatura do Acordo ortográfico que pôs a nossa língua submetida à amálgama que é a dos povos por nós colonizados. Isso entristeceu-me. Mas percebo que foi uma herança envenenada que herdaste e como Ministro nomeado actuaste em função das ordens recebidas. “Noblesse oblige”. Alguém tinha que ser a arma da prática daquele aborto que os portugueses não queriam. Eu continuarei a escrever como aprendi e o resto que se lixe ou use um dicionário para me entender. Mas esta de empeitares a transformação do Pavilhão de Portugal em Museu da Viagem, é delirante. A ideia é boa. Lá isso é! Só que as eleições estão aí, ao virar a folha do calendário. Anunciares isto a semanas de voltares para o teu escritório de advogados, não achas que é extemporâneo? Ou terá sido mais uma das ordens do teu patrão?
2 Comentários:
Não faças sobre reflexões negativas. A política é, e será, sempre a mesma porcaria.
O acordo que se lixe.
Aproveita para leres coisas positivas nem que seja uma página de anedotas.
beijinho
Há coisas que me dão volta ao estômago. Já tenho dose pessoal suficiente para aguentar calada. "Espumar" alivia-me. Beijinho
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