sexta-feira, 19 de março de 2010

SE DUVIDAS QUE TEU CORPO

Se duvidas que teu corpo

Possa estremecer comigo –

E sentir

O mesmo amplexo carnal,

– desnuda-o inteiramente,

Deixa-o cair nos meus braços,

E não me fales,

Não digas seja o que for,

Porque o silêncio das almas

Dá mais liberdade

às coisas do amor.

Se o que vês no meu olhar

Ainda é pouco

Para te dar a certeza

Deste desejo sentido,

Pede-me a vida,

Leva-me tudo que eu tenha

Se tanto for necessário

Para ser compreendido.

António Botto

3 Comentários:

Às 20 de março de 2010 às 22:14 , Anonymous Anónimo disse...

Que dia!!!!!Como é que eu levanto a moral?
Gostei do poema.

G.MIMI

 
Às 21 de março de 2010 às 10:12 , Blogger Gaivota Maria disse...

Eu nem levantei o moral ontem e estava a ver que ia ficando atolada à saída da ponte grande com o dilúvio das 3 da tarde. Hoje preciso de um sofá e de paz

 
Às 28 de março de 2010 às 17:25 , Anonymous Anónimo disse...

O tem um gosto muito particular pela poesia, ao ler este magnífico poema, lembrei-me de um outro:



Enlaçam as pernas
as pernas
e as ancas

o ar estagnado
que se estende
no quarto

As pernas que se deitam
ao comprido
sob as pernas

E sobre as pernas vencem o gemido

Flor nascida no vagar do quarto.

Maria Teresa Horta


Jorge Antunes

 

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial