SE DUVIDAS QUE TEU CORPO
Se duvidas que teu corpo
Possa estremecer comigo –
E sentir
O mesmo amplexo carnal,
– desnuda-o inteiramente,
Deixa-o cair nos meus braços,
E não me fales,
Não digas seja o que for,
Porque o silêncio das almas
Dá mais liberdade
às coisas do amor.
Se o que vês no meu olhar
Ainda é pouco
Para te dar a certeza
Deste desejo sentido,
Pede-me a vida,
Leva-me tudo que eu tenha
Se tanto for necessário
Para ser compreendido.
António Botto
3 Comentários:
Que dia!!!!!Como é que eu levanto a moral?
Gostei do poema.
G.MIMI
Eu nem levantei o moral ontem e estava a ver que ia ficando atolada à saída da ponte grande com o dilúvio das 3 da tarde. Hoje preciso de um sofá e de paz
O tem um gosto muito particular pela poesia, ao ler este magnífico poema, lembrei-me de um outro:
Enlaçam as pernas
as pernas
e as ancas
o ar estagnado
que se estende
no quarto
As pernas que se deitam
ao comprido
sob as pernas
E sobre as pernas vencem o gemido
Flor nascida no vagar do quarto.
Maria Teresa Horta
Jorge Antunes
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial