terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O mundo parou
A estrela morreu
No fundo da treva
O infante nasceu.

Nasceu num estábulo
Pequeno e singelo
Com boi e charrua
Com foice e martelo.

Ao lado do infante
O homem e a mulher
Uma tal Maria
Um José qualquer.

A noite o fez negro
Fogo o avermelhou
A aurora nascente
Todo o amarelou.

O dia o fez branco
Branco como a luz
À falta de um nome
Chamou-se Jesus.

Jesus pequenino
Filho natural
Ergue-te, menino
É triste o Natal.


Natal de 1947-Vinicius de Moraes

8 Comentários:

Às 11 de dezembro de 2007 às 18:45 , Anonymous Anónimo disse...

À Avó


Ficou vazio o teu lugar à mesa. Alguém veio dizer-nos
que não regressarias, que ninguém regressa de tão longe.
E, desde então, as nossas feridas têm a espessura
do teu silêncio, as visitas são desejadas apenas
a outras mesas. Sob a tua cadeira, o tapete
continua engelhado, como à tua ida.
Provavelmente ficará assim para sempre.

No outro Natal, quando a casa se encheu por causa
das crianças e um de nós ocupou a cabeceira,
não cheguei a saber
se era para tornar a festa menos dolorosa,
se para voltar a sentir o quente do teu colo.


(de A Casa e o Cheiro dos Livros
Maria do Rosário Pedreira)


(Gaivota da Beira Tejo)

 
Às 11 de dezembro de 2007 às 23:31 , Anonymous Anónimo disse...

A Gaivota da Beira Tejo já tinha colocado este poema. Já começa a haver repetições...

 
Às 12 de dezembro de 2007 às 02:17 , Anonymous Anónimo disse...

L'amitié

Ça fleurit comme une herbe sauvage
N'importe où, en prison, à l'école,
Tu la prends comme on prend la rougeole
Tu la prends comme on prend un virage
C'est plus fort que les liens de famille
Et c'est moins compliqué que l'amour
Et c'est là quand t'es rond comme une bille
Et c'est là quand tu cries au secours
C'est le seul carburant qu'on connaisse
Qui augmente à mesure qu'on l'emploie
Le vieillard y retrouve sa jeunesse
Et les jeunes en ont fait une loi.

C'est la banque de toutes les tendresses
C'est une arme pour tous les combats
Ça réchauffe et ça donne du courage
Et ça n'a qu'un slogan "on partage"

Au clair de l'amitié
Le ciel est plus beau
Viens boire à l'amitié
Mon ami Pierrot

L'amitié c'est un autre langage
Un regard et tu as tout compris
Et c'est comme S.O.S. dépannage
Tu peux téléphoner jour et nuit
L'amitié c'est le faux témoignage
Qui te sauve dans un tribunal
C'est le gars qui te tourne les pages
Quand t'es seul dans un lit d'hôpital
C'est la banque de toutes les tendresses
C'est une arme pour tous les combats
Ça réchauffe et ça donne du courage
Et ça n'a qu'un slogan : "on partage"

Au clair de l'amitié
Le ciel est plus beau
Viens boire à l'amitié
Mon ami Pierrot

HERBERT PAGANI

(gaivota da Beira Tejo)

 
Às 12 de dezembro de 2007 às 22:07 , Blogger Gaivota Maria disse...

Adorei.
Gaivota Maria

 
Às 13 de dezembro de 2007 às 19:17 , Anonymous Anónimo disse...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
Às 13 de dezembro de 2007 às 19:19 , Anonymous Anónimo disse...

BALADA DA NEVE

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
– Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
– e cai no meu coração.
AUGUSTO GIL
(Gaivota da Beira Tejo)

 
Às 13 de dezembro de 2007 às 19:38 , Anonymous Anónimo disse...

Oh oh meu menino

Oh oh meu menino
Oh oh meu amor
qu'as vossas palavras
nos matam com dor

Filhos de pai rico
em bercinhos doirados
e só vós meu menino
em palhinhas deitado

[A] Senhora lavava
S. José estendia
e o menino chorava
com o frio que fazia

popular:Trás-os-Montes
(canção de Natal)

(Gaivota da Beira Tejo)

 
Às 13 de dezembro de 2007 às 23:38 , Anonymous Anónimo disse...

Ai só me resta bater, bater asas.Nem digo o que penso!


g.mimi

 

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