O MEU PRESÉPIO
Já perdi a conta aos anos que tem esta poesia que fiz para os meus alunos por altura do Natal. Ela retrata realmente o meu presépio de infância, que ainda hoje monto, se bem que com menos figuras. A pedido da Gaivota Mimi, que um dia a musicou, aqui a deixo para quem o quiser ler:
Tenho um presépio só meu
Que me deram em criança
E que guardo cada ano
Num embrulho cor d’espr’ança
A cabana é toda em pedra
E tem, em vez de telhado,
Velhas palhas bafientas
Que foram postas de lado
Há lá dentro uma luzinha
Imitando uma fogueira
Com os bonecos à volta
Postos à minha maneira.
Ao fundo está o burrinho
Tendo a vaquinha a seu lado.
Um carneiro muito fofo
Dorme um sono descansado.
S. José olha enlevado
O berço do deus menino
E dos lábios da Senhora
Parece sair um hino.
Cá fora grande tapete
Feito de musgo espalhado,
Que conservo, há muito tempo,
Num saquinho bem fechado.
Espalho, então, por ali
Com amor, cada figura
Desde ovelhas e pastores
Ao bondoso padre cura
Por detrás de um outeiro,
Feito de papel pintado,
Aparecem os três Reis
Com os presentes ao lado.
A neve que lá se vê
Foi fabricada por mim.
E o caminho dos pastores
‘stá desenhado a serrim.
Anjinhos cruzam o ar
Pendurados por um fio.
E no alto da cabana
Um galo treme de frio
Mas de tudo o que mais gosto
É da velha manjedoira
Em madeira já bichada
E de palhinha bem loira.
É grande, maior que o resto,
P’ra lá caber o Menino.
Junto a si todo o presépio
Parece mais pequenino.
Só hoje vejo a razão
Do tamanho desigual:
O Menino é p’r’as crianças
O verdadeiro Natal.
Gaivota Maria
Que me deram em criança
E que guardo cada ano
Num embrulho cor d’espr’ança
A cabana é toda em pedra
E tem, em vez de telhado,
Velhas palhas bafientas
Que foram postas de lado
Há lá dentro uma luzinha
Imitando uma fogueira
Com os bonecos à volta
Postos à minha maneira.
Ao fundo está o burrinho
Tendo a vaquinha a seu lado.
Um carneiro muito fofo
Dorme um sono descansado.
S. José olha enlevado
O berço do deus menino
E dos lábios da Senhora
Parece sair um hino.
Cá fora grande tapete
Feito de musgo espalhado,
Que conservo, há muito tempo,
Num saquinho bem fechado.
Espalho, então, por ali
Com amor, cada figura
Desde ovelhas e pastores
Ao bondoso padre cura
Por detrás de um outeiro,
Feito de papel pintado,
Aparecem os três Reis
Com os presentes ao lado.
A neve que lá se vê
Foi fabricada por mim.
E o caminho dos pastores
‘stá desenhado a serrim.
Anjinhos cruzam o ar
Pendurados por um fio.
E no alto da cabana
Um galo treme de frio
Mas de tudo o que mais gosto
É da velha manjedoira
Em madeira já bichada
E de palhinha bem loira.
É grande, maior que o resto,
P’ra lá caber o Menino.
Junto a si todo o presépio
Parece mais pequenino.
Só hoje vejo a razão
Do tamanho desigual:
O Menino é p’r’as crianças
O verdadeiro Natal.
Gaivota Maria
5 Comentários:
Felizes os alunos que tiveram uma professora assim...
Estão lindos estes versos de Natal e o acompanhamento musical fica-lhes muito bem!
Também o meu presépio continua a ser o mesmo de há muitos, muitos anos... tem já poucas figuras, porque nos Natais dos primeiros netos fazia parte da tradição eles levarem figurinhas à escolha... o Menino já não tem braços, mas eu não o substituo; tenho outros pequenos presépios espalhados pela casa, mas este, continua a ser O presépio!
Mas agora, pergunto eu: a G.Mimi musicou os seus versos? Esta Mimi tem ainda mais talentos do que os muitos que eu já conhecia!
gaivota do sul
É verdade, eu cantei alguém a passou para a pauta e com coreografia minha e alunos da escola em palco público actuamos .Tinha um coro de trinta alunos.E assim o presépio da g. MARIA ,ficou na memória.
mimi
A mimi quandomse porta bem é um espanto
Essa do portar bem é que não compreendi.Ai, ai,G MARIA.Não me faças bater as asas.
g.mimi
Então meninas???? Estamos em época de paz e amor.
O que importa mesmo é que o poema é lindo, tenho pena de não poder ouvir a música, mas pronto contentemo-nos com o que temos.
Os meus parabéns a ambas.
(Gaivota da Beira Tejo)
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