MEMÓRIAS
Nesta casa, um vale encheu a parede; e
nesta parede, cresceram árvores, o campo
tornou-se verde, e um rio avançou
por entre margens frescas, onde
me sentei contigo.
Mas quando abri a janela, a parede
voltou a ser parede, o vale foi substituído
pela rua, com gente e automóveis, e
o rio levou a tua imagem para
o fundo da cidade.
E voltei a fechar a janela, para que
a barca da sombra te trouxesse de volta,
como se os rios corressem para trás, ou
a parede não tivesse ficado branca,
com a luz reflectida no gesso.
Nuno Júdice
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial