A MINHA CIDADE - O PORTO
A minha cidade não se chama Lisboa,
não tem cheiro a sul
e nem por ela passa o Tejo,
mas como ela, tem Nascentes
leitosos e marmóreos...
Na minha cidade os Poentes são de ouro
sobre o Douro e o mar
e só ela tem a luz do entardecer
a enfeitar o granito...
Na minha cidade, tal como em Lisboa
há gaivotas e maresia
mas não há cacilheiros no rio
há rabelos
transportando néctar e almas...
Da minha cidade nasce o Norte
alcantilado, insubmisso
e o sol, quando chega, penetra-a
delicadamente, carinhosamente,
depois de vencido o nevoeiro...
Na minha cidade também há pregões,
gatos, pombas, castanhas assadas e iscas
e fado pelas vielas, pendurado com molas,
como roupa a secar nos arames...
A minha cidade tem também tardes languescentes,
coretos nas praças
velhos jogando cartas em mesas de jardim
e o revivalismo de viúvas e solteironas
passeando de eléctrico...
É bem verdade que na minha cidade
a luz, não é como a de Lisboa
mas a luz da minha cidade
é um frémito de amor do astro-rei
a beijá-la na fronte, cada manhã!...
4 Comentários:
Que bem ficou a minha cidade nesta fotografia escrita.
beijinho
Achei esta poesia muito interessante e a foto tirei-a de um site de metereologia que tem fotos espectaculares
A Ribeira do Porto.
A nossa sala de visitas.
Saudações Marítimas
José Modesto
Caro José Modesto
Realmente a Ribeira é a nossa sala de visitas. Vista na perspectiva deste foto, que tive a sorte de encontrar, (e no poente - o momento mais mágico do Douro)se vê bem como este velho burgo se abre em direcção ao horizonte e aguarda a chegada dos passantes.
Saudações bem tripreiras
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