SILOGISMOS
A minha filha perguntou-me
o que era para a vida inteira
e eu disse-lhe que era para sempre.
Naturalmente, menti,
mas também os conceitos
de infinito são diferentes:
é que ela perguntou depois
o que era para sempre
e eu não podia falar-lhe em universos
paralelos, em conjunções
e disjunções de espaço e tempo,
nem sequer em morte.
A vida inteira é até morrer,
mas eu sabia ser
inevitável a questão seguinte:
o que é morrer? Por isso respondi
que para sempre era assim largo,
abri muito os braços,
distraí-a com o jogo que ficara a meio.
(No fim do jogo todo,
disse-me que amanhã
queria estar comigo para a vida inteira)
Ana Luísa Amaral
Podem ouvir esta poesia em
http://www.truca.pt/ouro/poemas_est_raposa/ana_luisa_amaral_silogismos.mp3
3 Comentários:
Gaivota Maria
Estive há pouco tempo no lançamento do livro "Se fosse um intervalo" da Ana Luisa Amaral.
Para ser franca mesmo, devo dizer que não gostei muito. Já li poesia bem mais bonita. São gostos...
Beijo
Esta fase dela também não me agrada muito. Os primeiros livros, quanto a mim, foram bastante mais agradáveis. Agora ela deviou-se para uma poesia mais figurativa e ãté menos incompreensível. Beijo
A poesia que está postada é do 2º livro dela. É só ler para ver a diferença.
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial