Natal africano
Não há pinheiros nem há neve,
Nada do que é convencional,
Nada daquilo que se escreve
Ou que se diz... Mas é Natal.
Que ar abafado! A chuva banha
A terra, morna e vertical.
Plantas da flora mais estranha,
Aves da fauna tropical.
Nem luz, nem cores, nem lembranças
Da hora única e imortal.
Somente o riso das crianças
Que em toda a parte é sempre igual.
Não há pastores nem ovelhas,
Nada do que é tradicional.
As orações, porém, são velhas
E a noite é Noite de Natal.
Cabral do Nascimento
Obra Poética
(Gaivota da Beira Tejo)
1 Comentários:
Esta g.b.t.produz que se farta é imbatível.Tenho que admitir que fico "murchinha".Domina as buscas na internet aumentando assim os meus conhecimentos sobre autores desconhecidos para mim.
g.mimi
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