EMPURREI O AMOR PARA DENTRO DO POEMA
Empurrei o amor para dentro do poema
Para que ele copiasse
A forma, o ritmo e o nexo
Que o poema tem.
Para que ele copiasse
A forma, o ritmo e o nexo
Que o poema tem.
Foi uma tarefa impossível, porém.
O amor não é matéria
Logo não se adapta
À forma das letras
E muito menos cabe nas palavras
Que a métrica exige.
O amor não é matéria
Logo não se adapta
À forma das letras
E muito menos cabe nas palavras
Que a métrica exige.
Tentei dar-lhe ritmo
Só que como o amor é surdo
Não respeita cadência nem padrão.
Só que como o amor é surdo
Não respeita cadência nem padrão.
E dar-lhe nexo foi fatal
Porque, ávido como é,
Se dispersa em rumos diversos
Conforme melhor lhe convém
Ou mais lhe agradam os versos.
Porque, ávido como é,
Se dispersa em rumos diversos
Conforme melhor lhe convém
Ou mais lhe agradam os versos.
Convenci-me então
Que era impossível
Arrumar o amor num poema.
Assim, para evitar que se perdesse por aí
Ou se metesse em algum problema
Peguei nele, afaguei-o
E com cuidado
Guardei-o de novo no meu coração
Que era impossível
Arrumar o amor num poema.
Assim, para evitar que se perdesse por aí
Ou se metesse em algum problema
Peguei nele, afaguei-o
E com cuidado
Guardei-o de novo no meu coração
SS
2 Comentários:
Poema muito bonito e muito profundo.
Obrigada
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