quarta-feira, 28 de maio de 2008

DERRADEIRO POENTE


É pena, amor,
Mas chegaste tarde.
Vieste na ponta do último raio de sol
De um derradeiro poente.
Não o fizeste de propósito
Acho que foi apenas
Porque não sabias o caminho até mim.
Não peças perdão.
Acredito que demoraste
Porque a viagem foi longa no tempo
E me querias trazer um presente
Que julgavas o mais indicado
Para alguém que não conhecias,
Mas cuja existência intuías
E querias encontrar
Para te descobrires a ti próprio.
E que certa foi a escolha!
Para alguém que vivia
Na sombra dos desafectos
Nada como o que trouxeste:
A luz desse teu sorriso.
Mal me olhaste, eu brilhei
E entendi de repente
Que apesar de tantas trevas
A vida tem um sentido.
Pena ter acontecido
No último raio de sol
De um derradeiro poente

GAIVOTA MELANCÓLICA

6 Comentários:

Às 28 de maio de 2008 às 21:15 , Anonymous Anónimo disse...

Descontrução de um poema


E,em vez de sol" um derradeiro poente".Mas..."a vida tem um sentido".a luz desse teu sorriso""que julgavas o mais indicado",quando eu te confronto com as palavras que escreves"acredito que demoraste a perceber",e que certa foi a escolha",atirar para o papel o que sentes" para te descobrires a ti própria e

"entendi de repente"
os afectos que nos unem

MARIA,MARIA

 
Às 28 de maio de 2008 às 23:38 , Anonymous Anónimo disse...

Nunca tenhas pena do tempo em que as coisas acontecem: não há coisas tardias de mais, porque o tempo é sempre o certo. Para tudo. Mesmo que fosse um derradeiro momento - o mais sublime de todos! - no último sopro de uma vida inteira.

 
Às 3 de junho de 2008 às 00:37 , Anonymous Anónimo disse...

Gostei das palavras de este anónimo mas... não ficava nada mal se tivesse um nome.

g.mimi

 
Às 3 de junho de 2008 às 10:40 , Blogger Gaivota Maria disse...

Não achas que muito mais fascinante o anonimato? É quase como o desafio de descobrirmos a pessoa real por detrás dos heterónimos. Julgo que sei quem é e será uma anónima que sempre se conserva assim. Mas este estilo é-me familiar

 
Às 3 de junho de 2008 às 14:36 , Anonymous Anónimo disse...

Só duas palabras: IM-PRESSIONANTE.-
Quando veremos tudos estes poemas recolhidos num libro e publicados??

 
Às 4 de junho de 2008 às 11:58 , Anonymous Anónimo disse...

De facto todos os anónimos têm um nome, Gaivota Mimi, mas às vezes o que dizem é tão 'banal'e apenas esquecido no correr dos dias, que poderia ser dito por mil pessoas, sem que o nome seja importante.
E a Gaivota Maria, distraída em tantas coisas, não é tão 'distraída' assim noutras...

 

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