NASCEU POESIA
Da música caíram letras
Altas
Redondas
Deitadas
Curvas
Pontiagudas
Ligeiras
Esvoaçantes
Rodopiaram
E fugiram pelo chão
Apanhei-as
Juntei-as
Baralhei-as
Atirei-as ao ar
Guardei-as no meu colo
E nasceram palavras
Soltas
Livres
Sem elos
Sem sentido
Envolvi-as
Com luz
Som
Acção
Amor
Desespero
Paixão
Vontade
Gestos de vida
Misturei-lhes
Movimento
Ritmo
Cheiro de flores
Cantar dos pássaros
Murmúrio do mar
Acabei-as com um bocadinho de mim
E nasceu poesia
G. Maria
3 Comentários:
Para comentar este lindíssimo poema, apetece-me utilizar aquela máxima que há para o fado, mas substituir fadista por poeta... aqui confirma-se que não é poeta quem quer...
Utilizar as palavras desta maneira e transformá-las em poema, não é para qualquer um e quando apetece lê-lo, relê-lo e voltar a ler... está tudo dito!
Parabéns
gaivota do sul
Carísima gaivota do sul
Esta poesia tem uns bons 5 anos e foi feita por desafio da Mimi enquanto visionávamos um video levada para a biblioteca por uma outra colega que partilhava com a Mimi a organização de uma noite de poesia. Já a imaginou a bater as asas e a dizer: "Vê lá se és capaz de fazer uma poesia com o que estás a ver"? Foi o que aconteceu. No final do video já havia poesia. E a organização delas saiu impecável. Tenho saudades desse tempo de trabalho com aquela equipa!
Um abraço da G. Maria
Devem ter sido uns tempos bem bonitos e felizes dos alunos que puderam beneficiar de toda esta criatividade!
gaivota do sul
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