segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

ABANDONO

Uma a uma
As ondas foram avançando
Em direcção ao areal.
À minha frente
O bando levantou
E tomou rumo sem aviso prévio
Num total esquecimento de mim.
A água lambeu a praia
Em movimento rasante
E arrastou consigo
Os sinais de presença das gaivotas.
A areia surgiu lisa
Como uma página sem letras
Em que nem o sol,
Que espreitava por entre as nuvens
Desfeitas em farrapos,
Ousou traçar
Os esboços do costume.
A lua espreitou devagarinho
E as estrelas
Começaram a acender-se.
Sozinha e paralisada
Aninhei-me entre as rochas
Procurando uma razão
Para tal abandono
Que não procurei
Mas em que fui deixada.

2 Comentários:

Às 26 de janeiro de 2010 às 13:15 , Anonymous Anónimo disse...

A foto que ilustra esta poesia está linda! Reconheço o local!
gaivota do sul

 
Às 26 de janeiro de 2010 às 15:50 , Blogger Gaivota Maria disse...

Pois reconhece. E que bem me serviu para ilustrar a poesia. Um abraço

 

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