quarta-feira, 25 de abril de 2007

ESTA SEMANA NA BIBLIOTECA FLORBELA ESPANCA...(2)

FOI BOM… MAS ACABOU-SE… PARA O ANO HÁ MAIS



Pois é! Com muita pena de todos quantos nela tiveram a grata oportunidade de participar (produtores, organizadores e assistentes) acabou-se, por este ano, a Literatura em viagem – LEV. Mas os nossos espíritos vieram mais descansados porquanto o Snr. Vereador do Pelouro da Cultura já nos garantiu que para o ano há mais.
Como eu previa e vos informei no meu texto da semana passada, escrito no final do primeiro dia, a previsão do seu êxito concretizou-se. Com momentos mais animados entrecortados por outros menos debatidos, pelas restantes 6 mesas passaram 24 homens de viagem: escritores, poetas, jornalistas, cineastas e um arquitecto; de variados países que abordaram temas, alguns bem difíceis de tratar, como “Da Literatura ao celulóide”, “O desejo do desconhecido”, “Lucy in the sky with diamonds”, “Viajar: abertura cultural para a diferença”; “A sul de nenhum norte” e “O mundo à minha procura”. A palavra fácil e solta dos intervenientes abriu a todos os presentes um mundo de roteiros interiores e exteriores que percorremos num espaço de liberdade individual esquecendo-nos quanto ele era uma utopia. Paralelamente continuaram os lançamentos de livros, as apresentações de alguns filmes de culto e, este ano como novidade, a deslocação de alguns escritores às escolas. Com que emoção o mexicano António Sarábia nos falou da sua experiência vivida na última manhã de jornadas numa escola do 1º ciclo.
E como não chegava fazermos a viagem pelas letras, o LEV ousou arrastar-nos para a dos sons. No domingo à noite, o salão nobre da Câmara abriu-se para quem quis experimentar uma outra forma de jornada, a da música. Sob um silêncio de espanto e emoção feito, tivemos a oportunidade de assistir a um concerto que ficará inolvidável para quantos nele participaram: “Vagamundagens”. E realmente, inebriados pela flauta de Rão Kiao, a voz de Deolinda Bernardo, as teclas de Renato Araújo e a guitarra de Toni Pinto, nós vagueámos por um mundo de sonoridades e emoções que nos deixou extasiados. Não tenho palavras para expressar o que senti! Posso apenas dizer-vos que percorri cada segundo daquele concerto num estado próximo da levitação, como se o meu espírito se tivesse libertado do corpo e vogasse pelo salão impelido pelo som daquela música. O solo final do Rão Kiao cortou-nos a respiração. Creio que me será difícil viver outro momento semelhante. E sei que não estou sozinha nesta vivência.
Para a Câmara Municipal de Matosinhos, especialmente para o Pelouro da Cultura, que patrocinou estas jornadas, para a produção, os nossos conterrâneos Francisco e Paula Guedes, que conheci de meninos e que nos trocaram por Lisboa, para toda a gente da nossa Biblioteca, que não pára para a manter viva, e para o pessoal da Câmara que esteve envolvido neste grandioso projecto, os nossos parabéns pelo sucesso e um amplo

MUITO OBRIGADA pelas múltiplas viagens que nos proporcionaram
(Texto a ser publicado no Matosinhos Hoje do próximo dia 2.5)

domingo, 22 de abril de 2007

ESTA SEMANA NA BIBLIOTECA FLORBELA ESPANCA...

...MAIS JORNADAS DE CULTURA:

I – Conferências de Matosinhos


Perante um auditório da Biblioteca Florbela Espanca a abarrotar, o que levou o Snr. Vereador da Cultura a prometer que as próximas sessões das Conferências de Matosinhos, passariam a realizar-se no Salão Nobre da Câmara, os Drs. Sandra Alves e Francisco Araújo apresentaram, no passado dia 19, uma interessante palestra sobre “Escravos em Leça da Palmeira: uma realidade secular esquecida”. Pessoalmente, e creio fazer de porta-voz de todos os presentes, gostei muito. Primeiro pelo ineditismo do tema praticamente desconhecido dos matosinhenses. Depois pela forma interessante como o apresentaram. Mas especialmente pelo que conseguiram construir a partir de fontes históricas tão pouco ricas para este tipo de abordagem como são os registos paroquiais de baptizados, casamentos e óbitos. Utilizaram ainda as actas notariais, essas sim já um pouco mais informativas para obter um discurso polivalente. Um único senão, que não desmerece em nada o trabalho daqueles pesquisadores a quem peço que o tomem como um conselho “de experiência feito”: a extensão da comunicação. Está provado que meia hora é o ideal, 45 minutos suportáveis, mas a partir daí já ninguém nos ouve. A hora avançou e a partir das 19,30 começou uma debandada de assistentes que muito perturbou a atenção dos que ficaram até ao fim. A proximidade da hora de jantar poderá ter sido uma das razões. Eu sei que há sempre a tentação de expormos tudo quanto sabemos e quanto gostamos de partilhar, mas nas exposições orais temos de fazer um enorme esforço de síntese que será depois compensado na divulgação escrita em acta ou livro. Muitos parabéns aos dois. Mais duas esperanças para irmos construindo a história da nossa terra.
III – Festival de jazz de Matosinhos

Por motivos familiares não pude assistir a nenhuma das sessões deste festival. O nome dos grupos participantes é uma garantia de sucesso e explica porque Matosinhos é um nome conhecido nos ambientes de jazz mundial.
II – Literatura em viagem

Estou a escrever este texto no final do primeiro dia desta actividade da nossa Biblioteca que dado o êxito da similar de 2006 e os nomes das personalidades convidadas, já entrou, com toda a certeza, na agenda nacional de literatura e actividades literárias. Para esclarecer os que não puderam estar presentes aqui vos deixo umas particularidades: só hoje foram lançados 6 livros de autores nacionais (4, entre os quais estava 1 do nosso Prof. Cunha e Silva), 1 do angolano Ondjaki e outro do cubano Senel Paz; inauguraram-se 2 exposições de pintura (uma das quais da Maria Cerveira, técnica da Biblioteca. Parabéns, Maria); realizou-se uma conferência e duas mesas (não redondas, mas rectangulares) com 9 participantes (7 escritores, 1 músico e poeta, 1 jornalista). Todos os presentes (e a casa estava cheia) “voámos” nas palavras e nas imagens que elas nos sugeriram na tentativa de fazermos a nossa própria viagem interior. As jornadas prolongam-se até 3ª feira (há ainda mais livros para lançar e 6 mesas de debates) e este ano estendem-se a algumas bibliotecas escolares a onde se deslocarão alguns dos autores presentes. Do resultado de tudo isto vos darei conta no próximo artigo.

Definitivamente!!! Esta semana o Pelouro da Cultura não nos deu tempo para respirar, mas compensou-nos com as múltiplas “viagens” que nos proporcionou fazer.