110 ANOS DOS ELÉCTRICOS DA CARRIS EM LISBOA

Adoro carros eléctricos, meio a que me acostumei desde criança na minha terra natal. mas tenho especial carinho pelos de Lisboa, que me proporcionaram já grandes momentos de beleza da nossa capital. Festejemos hoje com grande júbilo esses "amarelos da carris". E aproveitemos para uma viagem num deles à boleia de um fado que reune dois grandes nomes:Ary dos Santos e Carlos do Carmo
BOA VIAGEM A QUEM VAI PASSEAR COMIGO

UM EMBALAR ETERNO

TILL

Till the moon deserts the sky
Till the all the seas run dry
Till then I'll worship you

Till the tropic sun grows cold
Till this young world grows old
My darling, I'll adore you

You are my reason to live
All I own I would give
Just to have you adore me
Till the rivers flow upstream
Till lovers cease to dream
Till then I'm yours, be mine

INSTRUMENTAL

You are my reason to live
All I own I would give
Just to have you adore me

Till the rivers flow upstream
Till lovers cease to dream
Till then I'm yours, be mine.
 
(aconselho que ouçam esta canção na voz de Tony Bennett. Eu recordei-a em http://fiodemar.blogspot.com/)


 

JORGE LUÍS BORGES - 112 ANOS

Os Justos

Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do Sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez não lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.


Jorge Luis Borges, in "A Cifra"

PARABÉNS

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TINHA PROMETIDO E VEIO...

REFLEXÕES PARA OCUPAR A "SILLY SEASON"

PASSEIO DE S.ANTÓNIO

Neste dia em que, por convenção, se celebra o nascimento de S. António, aqui fica esta bela poesia de Augusto Gil, dita pelo eterno João Villaret, dedicada a todos os devotos antoninos.

AMIGA

Coimbra, Santo António dos Olivais, 12.8.2011

E de repente a manhã passou a tarde

Enquanto as palavras se atropelavam

Nas ideias, sentimentos e amores.

O longe fez-se perto

O ontem tornou-se o hoje

No rasto das memórias

E na vivência dos momentos partilhados.

Sentir assim

Não é saudade

É voltarmos ao ponto onde nasceu
Este nosso círculo apertado da amizade

GM

A NÃO PERDER: O SITE W EB DOS 125 ANOS DA MORTE DE CESÁRIO VERDE

Naquele "pic-nic" de burguesas,
Houve uma cousa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.


Foi quando tu, descendo do burrico
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bic
Um ramalhete rubro de papoulas.


Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.


Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!


Cesário Verde

http://purl.pt/22529/1/