domingo, 30 de maio de 2010

FESTAS DOS SANTOS POPULARES

Estão aí as Festas aos três Santos Populares. Dentro de 15 dias teremos o S. António em Lisboa a que se segue o nosso S. João do Porto e de muitas outras cidades, logo seguido do S. Pedro. Apesar da crise ninguém vai ficar afastado destas festas. Aqui deixo o espaço deste blog para poesias, fotos e textos ligados a este tema. Abro-o com o meu trono a S. João. Como estou sem paciência para a cascata, roubei a ideia do trono aos alfacinhas e fiz um para o meu santo.


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sexta-feira, 28 de maio de 2010

LEMBRANDO UMA AMIGA QUE PARTIU MAIS CEDO

Quando eu partir
Quero a minha roupa e o calçado de todos os dias
Para que a caminhada seja mais cómoda
E uma rosa
Não interessa a cor
Para que o meu percurso
Se faça por entre o aroma do jardim
O do meu perfume diário
E o colorido das flores

Se pudesse escolher
Gostaria que houvesse um arco-íris
A enfeitar o céu
E que chovesse
Para fechar o círculo
Da minha existência:
Na água se formou o meu corpo
Para a água irão as cinzas
Em que me vou tornar.

Quando falarem de mim
Quero que sorriam
Como sempre acontece
Quando se conversa
Sobre quem se gosta

E a música…
Não se esqueçam da minha música
Ponham-na a tocar
E se repetir
Não a interrompam
Quase sempre eu passo o tempo
Ouvindo sem reparar
Apenas e sempre a mesma melodia

Quando eu partir
Não façam ajuntamentos
Deixem-me sozinha
Como na hora de dormir
Não quero ouvir opiniões nem lamentos
Que possam perturbar
O momento de justiça e de verdade
Em que entro na dimensão da eternidade

GM

quinta-feira, 27 de maio de 2010

VIGÍLIA

Não questiono a vigília,
Mas não a procuro...
Quando cruzo os céus e os mares
À procura de respostas
Voo contigo
Num estado de delírio que me quiseste dar...


Não sei quem comanda o sonho
(Ou o sono)
Mas sei que torna a viagem mágica!
Vejo-te mudo
Através da vidraça empoeirada pelo tempo...
Esfumas-te por instantes
Num tempo para lá do tempo,
Tomas a forma de um corpo...

Revejo a tua face e o teu sorriso,
Reduzo a distância,
Nos teus braços,
Ao zero absoluto!

MGD

terça-feira, 25 de maio de 2010

À ATENÇÃO DE UM CERTO GABIÓN

Uma bicada para o Gabion prometida há muito tempo,mas tinha que andar à procura de um vinho especial.

Vinha do Monte-tinto


Vinho Regional Alentejano-2007


(este não vem nas revistas que diz ler)
Espero que lhe dê o mesmo trabalho que nos deu a sua receita.
Se o encontrar logo temos aqui um gabion que além do traçadinho que diz beber aprecia o que é bom.
G.MIMI

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domingo, 23 de maio de 2010

ROMARIA DO SENHOR DE MATOSINHOS - ASPECTOS

2 momentos do fogo de artifício


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quinta-feira, 20 de maio de 2010

SINAL

De vez em quando
Há uma palavra solta,
Uma frase alinhavada,
Um sentir que apenas se deduz
Que nos desperta
De uma letargia
Que supunha esquecimento.


E tudo muda:
O sol brilha mais,
O céu torna-se mais profundo
E a vontade de voar
De atingir horizontes inesperados
Cresce ao ritmo
De um tempo que não se pode agarrar.


Uma palavra,
Uma frase
Um texto curto
Num momento inesperado
Podem não resolver tudo
Mas são sempre
Uma forma de sonhar


GM

quarta-feira, 19 de maio de 2010

SÃO ROSAS, SENHORA SÃO ROSAS NA MESMA

Dá-me um pouco
Das tuas rosas
Para poder sonhar
Dá-me um pézinho,vá
Para eu plantar
Quero o branco
Quero o aroma
Para de ti
Me lembrar


g.mimi



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domingo, 16 de maio de 2010

DIA DE LONGE

A manhã passou
Estava sol
Mas nada aconteceu


A tarde chegou
Trouxe o vento
Mas não as novidades


E o dia tornou-se noite,
Fria por sinal,
E continuou a espera inútil


Hoje o longe foi mais longe
Porque mais que ausência
Lembrou esquecimento




GM

sábado, 15 de maio de 2010

SEI

Sei de um lugar,
Onde o mundo acaba, onde as terras desabam,
Onde o rio se abre ao mar


Sei um sentir,
Entregar-se ao abraço, aliviar o cansaço
Mas saber deixar-te partir...


Pois sei de cor os teus silêncios
E sei de cor o teu olhar
Ser livre e leve na certeza,
No teu laço ser princesa das histórias
De encantar...


P. in http://portuguesapoesia.blogspot.com/

quinta-feira, 13 de maio de 2010

COM FÚRIA E RAIVA - eis como todo o país se deve sentir perante o nosso DEMAGOGO DE TRAZER POR CASA

Dedicado a  um Zé Ninguém que nos tramou


Com fúria e raiva acuso o demagogo
E o seu capitalismo das palavras
Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs sua alma confiada


De longe muito longe desde o início
O homem soube de si pela palavra
E nomeou a pedra a flor a água
E tudo emergiu porque ele disse


Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se fez com o trigo e com a terra


Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, 9 de maio de 2010

MODO DE ESTAR


Não gosto de coisas complicadas
Atravessadas no meu quotidiano.


Evito-as sempre que posso
E prefiro adornar o meu dia
Com a luz do sol, o luar
E um fundo musical bem escolhido
Que ouço repetido e nunca pesa.


E assim leio,
Assim pinto,
E assim escrevo
Tendo por companhia,
Para além de mim,
Uma jarra de rosas brancas sobre a mesa.


GM

JÁ NO SÉCULO XVII AS MULHERES ESCREVIAM ASSIM

Tenho amor, sem ter amores.

Este mal que não tem cura,
Este bem que me arrebata,
Este rigor que me mata,
Esta entendida loucura
É mal e é bem que me apura;
Se equivocando os rigores
Da fortuna aos desfavores,
É remédio em caso tal
Dar por resposta ao meu mal:
Tenho amor, sem ter amores.


É fogo, é incêndio, é raio,
Este, que em penosa calma,
Sendo do meu peito alma,
De minha vida é desmaio:
E pois em moral ensaio
Da dor padeço os rigores,
Pergunta em tristes clamores
A causa minha aflição,
Respondeu o coração:
Tenho amor, sem ter amores.


Soror Madalena da Glória (1672-?)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

NOVO RECADO DO GABION PARA O BANDO

vem amada

é deficele chegar onde istou mas quem save o destinu, isperu a upinion du tal almoçu, non á nada cumu isperimentar, játenhu a outra resseita mas só depois deça.a g.mimi debe gustar dum vom binho, só ela para dar cum ele

um avanar de penas para g du sul

a seus pés cumu sempre

gabion

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ORVALHO


A chuva adiou mais uma vez
Esta Primavera envergonhada.
Ao dia radioso
Que ontem nos animou
Sucedeu uma noite
Bem molhada.

No jardim
Mais uma rosa abriu.
Mas porque se assustou
Com a força da água que caiu
Chorou.
E sobre as pétalas
De suave aveludado
As lágrimas derramadas
Ficaram presas
Lembrando pérolas
Das que os amantes oferecem
Como promessa de amor
Às suas bem amadas

GM

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quinta-feira, 6 de maio de 2010

SOPRO DE VIDA

Somos sombras
de qualquer coisa incerta
pedaços de vidro
num grito de alerta .

O toque de um piano
por trás de uma porta
um raio de luz
que sem querer corta
um golpe profundo
que toca na alma
temor escondido
que brinca na calma
e traz o sossego da vida agitada
fazendo uma dança na ponta da espada.

somos também
um sopro esquecido
de enorme alegria por termos vivido.

Angelo Morgado in Realidades Imaginarias

http://portuguesapoesia.blogspot.com/

quarta-feira, 5 de maio de 2010

SENTIDOS

Sem te ver
Consigo sentir-te

Sem te ouvir

Sei o que pensas

Sem te cheirar

Sigo o teu rasto

Sem te ter comigo
Sinto o gosto do teu beijo

Sem te tocar
Sei que estás em mim

SS

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terça-feira, 4 de maio de 2010

RECADO A UM GABION

Querido Gabión

Gostava de lhe dizer que as gaivotas deste bando estão a dias de preparar o almocito com a ementa que teve a amabilidade de nos enviar. A Mimi já arranjou o vinho que atendendo à qualidade até é bastante acessível. O único problema que se nos levanta é não estarmos em tempo de groselhas e mirtilos. Será que a receita se poderá compor substituindo estas frutas por compota das mesmas? Ainda vamos fazer uma excursão ao Corte Inglês à loja gourmet onde parece que há de tudo. Por acaso aí onde mora não existem estes ingredientes? É certo que não sabemos onde é, mas se houver e for em sítio para onde se possa ir de comboio lá iremos. Além de darmos uma passeata a viagem fica-nos baratinha porque dada a condição de aves temos desconto na CP.
Aguardamos que nos ajude com este problema. Aquela que anseia pelas suas palavras

Maria

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domingo, 2 de maio de 2010

DIA DA MÃE




Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.


CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

sábado, 1 de maio de 2010

ACONTECEU

É só começar.As gaivotas estão cada vez mais refinadas.

g.mimi

1 de Maio de 2010 19:51
Para o JAAconteceu
Por qualquer razão
Que não sabemos
Encontramo-nos
Nas palavras
Nos sentires
Neste lugar que não marcamos
Estamos
Na simples folha em branco
da agenda
Na palavra escondida da frase
No livro que lêmos
No vento que arrefece
as nossas faces
Na simples flor do caminho
que pisamos
Na rua
sem ninguém
No traço indefinido
que riscamos
Conhecemo-nos
Algures na imensidade
Do eterno
E
Algumas vezes
Encontramo-nos
Aqui
Não me pergunte
PorquÊ

MC

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LEMBRANÇAS DE UMA VIAGEM A MALTA

"Lembras-te?
Vi-te em Medina… ruas floridas
Casas de pedra… encantamento…
Cúpulas, catedrais …altas ameias…
Olhei ao longe…
P’ra não te ver… para esquecer
Mas teu olhar da cor do mar
Não me deixava…
Era o farol que me guiava!

Fui Penélope em Gozo…
Tu Ulisses!!!
Naquela gruta… olhando o mar sem fim
Envolviam-nos fios invisíveis
Sim… eu sabia que estavas preso a mim!

E em Valleta… quanta beleza
Também te lembras... tenho a certeza!
Depois... ao contemplar as três cidades…
Do alto miradouro... quase em transe...
Jurei que havia...
Que voltaria… contigo a Malta!!!
Tenho saudades…
Fazes-me falta…
Quero encontrar-te, de novo, em Malta!!!"

Confesso que gostei muito de Malta!Tal como as gaivotas, estendo as asas e sinto-me feliz ao pé do mar!

gaivota do sul, adoradora de ilhas

VIVI NUMA CASA COM VOZES

Vivi numa casa com vozes
Vozes que levo comigo
Para outras casas onde moro
Vivi numa casa com sombras
Sombras que abrigam
As vozes
Vivem as sombras
E as vozes
Por estes lugares por onde passo
Desfolhando assim
As memórias
Por entre as coisas que gosto
Vivi numa casa com sombras
Vivi numa casa com vozes

MC