sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Dormir contigo

Dormir contigo


Ah! Dormir contigo
Nesse ninho dos teus braços
E acordar depois
Devagarinho
Com o corpo saciado
Dos teus beijos e abraços.

GM

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

CARÍCIA



Passo-te a mão pelo cabelo
Numa carícia leve
Para que não a sintas.
Não aprecias, eu sei, 
Mas vou insistindo.
Pode ser que um dia
Se dê um milagre
E digas que gostas
Ainda que mintas.


GM

terça-feira, 31 de julho de 2018




Esta mañana
Había una alfombra de gaviotas en la orilla dorada del mar.
Esta mañana había plateadas barcas de pesca pero no había olas.
Esta mañana entraba en el puerto
Un buque grande de cruceros
De los que hacen soñar con paisajes exóticos
y amor en noches de luna llena.

Pero esta mañana no había veleros
como aquel en que nos gustaría
surcar las rias gallegas,
escuchar el silencio,
darnos las manos
y querernos mucho.

Soror Saudade


segunda-feira, 30 de julho de 2018


CABO DAS TORMENTAS

Passou o tempo
Em que a espera era só um pensamento
E não havia o longe
Porque tudo era perto.
Havia espaço para conversa
Preâmbulo de debates
Sobre temas variados
Uns actuais
Outros vindo de passados
Que conhecíamos
Mesmo sem os termos vivido.
Trocávamos cantigas de amigo
Pelas de amor
O que dava às questões muito mais calor.
E acabávamos fatalmente
com Pessoa
D. João II
e o Adamastor…

Passou o tempo
E com este legado
fomos construindo o nosso mundo!...

GM

sexta-feira, 27 de julho de 2018


VEM, AMOR

Vem! Mas vem calado.
Não faças barulho
Nem muito vento.
Já basta o que se ouve lá fora
E que para mim é um tormento
Porque não me deixa dormir
Com o seu contínuo lamento
E assobio prolongado.
Por isso peço que venhas, mas calado.
Deita-te bem devagarinho
Escorrega pelos lençóis
E encosta-te a mim.
Sabe bem ter-te assim a meu lado
Enchendo o espaço que estava vazio   
Com o teu corpo como meu amparo.
Esta noite se cair é nos teus braços.
E quando o Sol acordar vai-se espantar
Por nos ver dormir tão enrolados
Que parecemos um só.
É que ele não sabe que para nós os dois
Nunca há tempos vagos nem espaços esgotados.

GM


Para sempre e mais um dia

Estranho é um amor
Quando feito
De encontros e desencontros
Ausências e presenças
Silêncios e palavras.

E mais estranho ainda
Quando vive nas almas
E não nos corpos
Que servem apenas de abrigo
Aos muitos sentimentos
Partilhados, mas escondidos.

Talvez porque é singular
Gostaria de viver um amor "assim"
Se ele fosse "assim" para sempre
E mais um dia.

SS