Feliz Ano Novo - 2008
Para todos os bandos de gaivotas do mundo. Um abraço global da gaivota Maria
Este é o caderno de uma gaivota que conta histórias, diz poemas e fala de coisas da terra onde nasceu, cresceu e paira diariamente a espreitar os homens que nela habitam. É uma terra de sol, vento norte que arrefece as tardes de verão, mas também de vento sul ou sudoeste que traz tristeza e lágrimas... Eu sou essa gaivota que às vezes parte para outras terras em direcção ao desconhecido. Acompanhem-me através das minhas palavras, das minhas músicas e das fotos que tirei durante os meus voos...
... a nossa gaivota Mimi, que tem andado muito silenciosa (aliás todo o bando) por causa das festas, está de parabéns. Juntamente com o Reveillon celebra o seu aniversário.
Esta é uma outra forma de comemorar a passagem de Ano. Sugestões não faltam
Embora o video abaixo sobre a passagem do ano seja um pouco exagerado e até ... digamos "quente", escolhi-o porque demonstra uma das variedades formas de saudar o Novo Ano. Escolham à vossa vontade e deixem-se de comentários "Ai! Ai!" (que não percebi se significavam desejo de o passarem em situação semelhante ou uma crítica negativa à minha escolha.) Se eu arranjar um video mais light, eu posto-o.
É nesta mesma lareira,
Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Etiquetas: e o dia amanhecer
Quand Isabelle dort plus rien ne bouge
Regresso
Pour avoir si souvent dormi
Esta era a música de fundo do primeiro filme de Natal de que guardo a memória de ter assistido. Gostaria de a partilhar convosco.
Se eu pudesse
(EU, não quero mesmo saber.E, como vou mesmo pousar aqui vai,um poema(será?). - Este era o comentário que antecedia a poesia)
Esta é a forma que encontrei para agradecer à nossa Gaivota da Beira Tejo: uma canção que significasse a sua ligação com a cidade onde cremos que mora.
Querida Gaivota Mimi
Catraia do Porto trouxe-me muitas recordações, gaivota da Beira Tejo. Deixei lá um recado para si. Parece que estamos em sintonia. A mimi é que anda um pouco murchinha. Não nos conta nada. Será que está zangada connosco?
Dizem que altos anjos
Da Divina hierarquia,
Na verdade, casulos de luz
-Pura energia criadora
Desceram de outras dimensões
Para apreciar um nascimento
Muitíssimo essencial...
Dizem que flocos de neve
Caíram das alturas
Cada um mais especial
Com formas que jamais se repetiram...
Dizem que o ar ficou de tal maneira
Perfumado de rosas e jasmin
e embriagou os passarinhos
-Que mais docemente cantaram
E girandolando voejaram
Saindo a anunciar
O evento anunciado
Que acabara de acontecer...
Dizem que uma alegria intensa
Se apossou dos pastorinhos,
-Pensaram então fazer parte
Da corte de um certo rei
E se sentiram comovidos,
Não de ouro e prata vestidos
Mas vestidos de Alegria
E canções de ninar entoaram
Louvando a chegada do Menino...
E é por isso que até agora
Quando chega o Natal
Também vestimos a alma
De cores especiais
E a nossa voz se eleva
Para acima de qualquer treva
E desejamos a todos
Votos de tantas coisas
Boas de acontecer...
Quem disse?Quem contou
Essa história às pessoas aqui da Terra?
Ora, os bardos, com a Poesia
Dos que precisam de Luz
Dos que necessitam de esperança
E querem levar alegrias
Pelo menos uma vez ao Ano
Para que os homens não desistam
De renovar seus sonhos
E de aproximar os que sonham...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
As três poesias que se seguem e aqui chegaram como comentários, provindas da Gaivota-mor, a da Beira Tejo, mereciam um lugar de destaque. Por isso as transcrevi para a primeira página e as recusei como comentário. Palavras para quê... É só ler e apreciar.
Este Natal,
Não há pinheiros nem há neve,
Essa linda florista do Mercado do Bolhão
Não sei se foi uma distração, se um erro informático ou se algum cansaço. Sou uma gaivota de recolher cedo e quando isso não acontece fico um pouco zonza. Por outro lado a emoção da época e a maravilhosa receptividade que este blog tem tido da parte das minhas gaivotas têm sido tão fortes que por vezes nem raciocino. Um abraço irmã da Beira Tejo. Como já não tenho idade para tantas horas de voo, qualquer dia meto-me no Alfa e vou passear de turista até aí.
Anónimo disse:
Um anjo imaginado,
O mundo parou
A partir de agora podem ler todos os comentários de forma mais simpática. Clicam em comentário e aparece uma janela com o texto respectivo. Chamo-vos uma especial atenção para dois comentários recebidos hoje. Um para a poesia "Natal" e outro para o texto "Gosto de vadiar pelas palavras" . Qualquer deles é um espanto. Este último é de um anónimo que não sei se é um dos espiões do bando
Entremos, apressados, friorentos,
Aqui vai a receita
Neste Natal quero armar uma árvore dentro do meu coração
E nela pendurar,em vez de presentes
Os nomes de todos os meus amigos
Os amigos antigos e os mais recentes
Os amigos de longe e os amigos de perto
Os que vejo em cada dia e os que raramente encontro
Os sempre lembrados e os que às vezes ficam esquecidos
Os das horas difíceis e os das horas alegres
Os que sem querer eu magoei ou sem querer me magoaram
Os meus amigos humildes e os meus amigos importantes
Os nomes de todos os que já passaram pela minhavida
Muito especialmente aqueles que já partiram
e de quem me lembro com tanta saudade
que o NATAL permaneça vivo em cada dia do ano novo.
E que a nossa amizade seja sempre uma fonte de luz e paz em todas as lutas da vida.
Texto anónimo
Um doce bater de asas para todos
G. mimi
Já perdi a conta aos anos que tem esta poesia que fiz para os meus alunos por altura do Natal. Ela retrata realmente o meu presépio de infância, que ainda hoje monto, se bem que com menos figuras. A pedido da Gaivota Mimi, que um dia a musicou, aqui a deixo para quem o quiser ler:
Para isso fomos feitos:
Na véspera de nada
Extraído de comentário de @nonimous
7 de Dezembro de 2007 1:46Sei que gostam muito de conversas vadias. Mas tínhamos combinado fazer um poemário de Natal e andam a perder o tempo com outros assuntos. Assentem-me bem essas ideias e toca de irem aos livros procurar poesias de Natal (também podem ser receitas para as mais gulosas). Gaivota Maria a Velha
Para a gaivota da Beira Tejo:
A abstracção não precisa de mãe nem pai
@nonimo said...
“Descalço venho dos confins da infância,
O nosso menino
Que terá acontecido
O mundo parou
É o braço do abeto a bater na vidraça,
Vão aparecer alguns comentários removidos pelo administrador do blog. Na realidade eles não foram eliminados. Como foi aceite o desafio para o poemário sobre o Natal eles foram retirados da parte de comentários e passados para a postagem. Atenção MIMI, estás muito calada. A gaivota do sul e a do vento que passa andam distraídas. Organizem-se, meninas. Temos que reunir muita poesia até ao fim do mês.
TRADIÇÕES NATALÍCIAS
Poemário sobre o Natal???
Que tal se fizessemos um poemário sobre o Natal neste blog? Aliás já algumas poesias sobre o tema têm vindo a ser publicadas. Fico à espera de mais. Vamos lá, gaivotas, toca a bater as asas. Atenção Mimi, é de mim ou estás a ficar preguiçosa? Vai lá procurar na tua bublioteca o que tens sobre o Natal. Aqui vai uma, que não sei quem mandou, mas é belíssima (ou não seja Pessoa)
Há dias, por erro informático, a poesia VI O MENINO JESUS apareceu-me postada uma dezena de vezes. Ao eliminar o que estava a mais, acabei por apagá-las todas. Só agora dei por isso. Assim aqui vem ela novamente
A mulher que passa
Meu Deus, eu quero a mulher que passa.
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!
Oh! como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pêlos leves são relva boa
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Como te adoro, mulher que passas
Que vens e passas, que me sacias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Por que me faltas, se te procuro?
Por que me odeias quando te juro
Que te perdia se me encontravas
E me encontrava se te perdias?
Por que não voltas, mulher que passas?
Por que não enches a minha vida?
Por que não voltas, mulher querida
Sempre perdida, nunca encontrada?
Por que não voltas à minha vida?
Para o que sofro não ser desgraça?
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Eu quero-a agora, sem mais demora
A minha amada mulher que passa!
No santo nome do teu martírio
Do teu martírio que nunca cessa
Meu Deus, eu quero, quero depressa
A minha amada mulher que passa!
Que fica e passa, que pacifica
Que é tanto pura como devassa
Que bóia leve como a cortiça
E tem raízes como a fumaça.
Vinicius de Moraes
Rio de Janeiro, 1938
in Novos Poemas
in Antologia Poética
in Poesia completa e prosa: "A saudade do cotidiano"
(Gaivota da Beira Tejo)
Quem dera que eu douta fosse
Para melhor me poder expressar
Fosse lá o que fosse
E muito poder ensinar
Não tenho curso nenhum
Talvez quem sabe um dia...
Me dê para fazer algum
E ser douta em vossa companhia
No blog da Gaivota leceira
Que é pra mim viciante
Vou bebendo da videira
A sabedoria inebriante
Aprendo a conhecer
Poetas, poemas e pessoas
Aprendo a crescer
E sobretudo, coisas boas
Desculpem o meu desabafo
Não me levem a mal
Apenas gosto muito deste espaço
Que é de nós todas afinal
Obrigada Gaivota Maria
pela atenção dedicada
Amanhã é outro dia...
Por tudo muito obrigada.
Se do Sul tiver que ser
Do Norte seja eu também
Sejamos neste viver
De onde nos sentir-mos bem.
(Gaivota da Beira Tejo)
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